Criado em Segunda, 08 Junho 2020 07:45 – Claudio Shimoyama – Com a pandemia do coronavírus, estamos navegando sobre forte neblina e não sabemos o que tem pela frente, mas devemos olhar para frente sempre e retomar a confiança. O novo cenário com o coronavírus muda os hábitos e as prioridades de consumo são alteradas. O dinheiro circula com velocidade menor na economia, as empresas menos preparadas se obrigam a demitir funcionários e fechar as portas. Temos uma nova realidade econômica e social com a presença da Covid-19.
Sabemos que uma crise tem começo, meio e fim, mas a pós pandemia, haverá grandes mudanças no mundo, com choque no consumo mundial, interrupções na cadeia produtiva, investimentos adiados, estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços fecharão. Nesse momento, os empresários, executivos e gestores precisam estar conscientes que o mercado não será mais o mesmo.
As empresas terão um longo caminho para enfrentar o novo cenário com o coronavírus, e o segmento supermercadista teve uma demanda que explodiu no início da crise, mas deve se estabilizar no longo prazo, principalmente para alimentação e produtos de limpeza.
Então, por onde podemos começar para iniciar a estratégia dos negócios nesse momento de pandemia? Primeiro, devemos olhar para dentro da empresa revendo custos, processo, pessoas, relacionamento e cultura. Depois, olhar para fora da empresa, buscando novas fontes de receitas, novos mercados e novos canais de comunicação.
No ambiente interno, as empresas precisam rever o seu planejamento estratégico e ações para não deixar que o negócio pare completamente. Prioritariamente, deve-se reduzir os custos drasticamente, reduzir os custos desnecessários, renegociar dívidas e buscar novos créditos, fortalecer parcerias, novos fornecedores, renegociar contratos, estabelecer novos procedimentos para atender o cliente, valorizar o trabalho remoto e capacitar os funcionários para o novo momento do mercado, visando a segurança e processo de acordo com os procedimentos sanitários.
No ambiente externo, rever as estratégias quanto aos investimentos em marketing, com foco em mídias sociais, verba para produtos com margem maior, antecipar as vendas através de vale compra ou vale presente, praticar os descontos e flexibilização de pagamento, buscar novos canais de comunicação, através de vendas online e plataformas digitais, e explorar novos mercados.
O trabalho do profissional de marketing e vendas deverá ser permanente e eficaz. Além de informações sobre os concorrentes e os acontecimentos do ambiente macro e micro, os profissionais precisam utilizar novas ferramentas de marketing, em especial, as técnicas de pesquisa e modelagem, e aproveitar as vantagens da TI, as plataformas de CRM – Customer Relationship Management (gestão de relacionamento com o cliente) voltadas ao entendimento e antecipação das necessidades e potenciais do mercado.
As pesquisas mercadológicas serão fundamentais nesse momento, com estudos sobre o potencial de mercado, avaliações da satisfação e do comportamento de compra do cliente ativo e inativo, monitoramento sobre os preços praticados, novos produtos substitutos e concorrentes entrantes, nova forma de distribuição, atividades promocionais e decisão de localização.
Os profissionais de gestão de pessoas serão ainda mais importantes para o sucesso da empresa e engajamento dos colaboradores. Em tempo difíceis, a área de Recursos Humanos deverá ser mais transparente, intensificar a comunicação interna, criar espaços de orientação sobre os cuidados com higiene e limpeza, monitorar e oferecer assistência em relação a saúde dos funcionários, implantar condições mais flexíveis de trabalho, rever o regime de trabalho presencial para o teletrabalho, trabalho remoto ou outro tipo de trabalho a distância. Com certeza, o diálogo dos gestores com suas equipes será fundamental para o fortalecimento de todos, devendo visualizar modelos de negócio e ambiente de trabalho diferentes e transformados no futuro.
A inovação, especialmente para os pequenos varejos, será fundamental nesse momento de crise, devendo adotar novas tecnologias, rever os seus modelos de negócio e aumentar as transações de comércio e serviço a distância. O varejo deve diversificar sua atividade-fim, buscando se adequar à nova realidade. As plataformas digitais serão umas das aliadas mais importantes para os grandes e pequenos estabelecimentos, para as vendas on-line e de aplicativos de entrega a domicílio. As empresas precisam se adaptar aos ambientes digitais, pois os clientes passam mais tempo em casa e precisam da compra online.
Com certeza, entramos nessa crise de um modo e sairemos dela diferente, portanto, avalie as ações implantadas para enfrentar esse momento. Use a toda a tecnologia a seu favor no relacionamento com os clientes e nos canais de venda, implante e otimize o e-commerce. As medidas implantadas durante a crise deverão permanecer e ser constantemente atualizadas. E não existem respostas certas ou estratégias simples em um cenário incerto.
Enfim, para manter o seu negócio vivo em tempos de pandemia, a sua empresa precisa ser uma agente de transformação, buscando o relacionamento com a sociedade, envolvendo fornecedores, clientes e funcionários. Ser uma empresa que entregue segurança, ética e valores para a sociedade.
Ser uma marca sustentável será o desafio das empresas, pois uma marca não sai do mercado por fazer apenas as coisas erradas, mas também sai por fazer as coisas certas durante muito tempo. Pense nisso!!
*Claudio Shimoyama é CEO do Grupo Datacenso, consultor em Marketing Estratégico e mentor empresarial